Segunda noite de desfiles no Rio encerra o Carnaval com grandes homenagens e diversidade de enredos
A última noite de apresentações do Grupo Especial do Rio de Janeiro aconteceu na segunda-feira (12), com seis escolas cruzando a Marquês de Sapucaí. Os desfiles encerraram a programação carnavalesca com temas que variaram entre personalidades marcantes da cultura brasileira e elementos simbólicos do país.
Na noite anterior, Porto da Pedra, Beija-Flor, Salgueiro, Grande Rio, Tijuca e Imperatriz já haviam se apresentado. Na segunda-feira, novas escolas trouxeram para a avenida narrativas que abordaram desde a trajetória de Alcione até a história de João Cândido, além de um desfile inspirado no caju, fruta tipicamente brasileira.
A Mocidade Independente de Padre Miguel abriu a noite com um enredo exaltando o caju, destacando sua importância cultural e simbólica. A escola da zona oeste do Rio também embalou o público com um dos sambas mais marcantes do Carnaval deste ano.
Na sequência, a Portela levou à avenida uma adaptação do livro “Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves. Sob o comando dos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues, a azul e branca explorou a vida de Luísa Mahin e sua relação com seu filho, Luiz Gama, referência no movimento abolicionista.
A Unidos de Vila Isabel optou por reviver um enredo histórico. A escola trouxe de volta “Gbalá — Viagem ao Templo da Criação”, originalmente apresentado em 1993. Com novo olhar, o carnavalesco Paulo Barros conduziu a reedição, destacando a infância como um caminho para transformar o mundo.
A quarta escola da noite, Estação Primeira de Mangueira, prestou tributo à cantora Alcione. O enredo “A Negra Voz do Amanhã” celebrou a trajetória da maranhense, enfatizando sua religiosidade, sua influência na música brasileira e sua forte ligação com a comunidade mangueirense.
Em seguida, a Paraíso do Tuiuti abordou a Revolta da Chibata, trazendo João Cândido como protagonista do desfile. Com a volta do carnavalesco Jack Vasconcelos, a escola ressaltou a luta do marinheiro contra a opressão no início do século XX.
Encerrando os desfiles, a Unidos do Viradouro apresentou um espetáculo baseado no culto ao vudum serpente. A escola, vice-campeã do ano anterior, apostou na força das sacerdotisas voduns e seus rituais sagrados, em um desfile assinado por Tarcísio Zanon, com o objetivo de conquistar o terceiro título de sua história.