Carnaval 2024: confira os destaques da primeira noite de desfiles no Rio

Cultura lusitana, povos indígenas e a simbologia da onça marcaram as apresentações deste domingo (11)

O Grupo Especial do Rio de Janeiro deu início aos desfiles de 2024 neste domingo (11), com seis escolas de samba percorrendo a Marquês de Sapucaí. As agremiações levaram à avenida enredos variados, que abordaram desde a mitologia indígena até histórias da tradição portuguesa.

Abrindo os trabalhos, a Unidos do Porto da Pedra fez seu retorno ao Grupo Especial após 12 anos, trazendo um enredo inspirado no livro espanhol “Lunário Perpétuo”, escrito no século XIV por Jerónimo Cortés. A escola de São Gonçalo, campeã da Série Ouro em 2023, explorou o conteúdo da obra que influenciou diferentes culturas ao longo dos séculos.

Em seguida, a Beija-Flor de Nilópolis contou a trajetória de Rás Gonguila, figura marcante do Carnaval de Maceió no início do século XX. O personagem, que atuava como engraxate e porteiro, fundou o bloco Cavaleiro de Montes, um dos mais importantes da época na capital alagoana.

O terceiro desfile da noite ficou por conta do Salgueiro, que abordou a cultura Yanomami com o enredo “Hutukara”. A escola destacou a importância desse povo originário na preservação da floresta e fez um manifesto em defesa das comunidades indígenas e da Amazônia.

Na sequência, a Grande Rio trouxe a onça como símbolo central de sua apresentação. Inspirado no livro “Meu destino é ser onça”, de Alberto Mussa, o enredo “Nosso destino é ser onça” mergulhou no mito tupinambá da criação do mundo, ressaltando o papel do animal na espiritualidade e cultura brasileira.

A penúltima escola a desfilar foi a Unidos da Tijuca, que explorou o imaginário português com “Um Conto de Fados”. O enredo abordou o misticismo e as lendas de Portugal, evidenciando sua influência no Brasil e na formação de nossa identidade cultural.

Encerrando a noite, a Imperatriz Leopoldinense apresentou um desfile inspirado no universo cigano. Com o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, a escola baseou sua narrativa no cordel de Leandro Gomes de Barros, transformando a Sapucaí em um grande espetáculo de cores e mistério.